No texto de hoje, discutiremos algumas dificuldades que a pandemia de Covid-19 impôs à prática da Neuromodulação e como trabalhamos para superá-las.
A pandemia de Covid-19 trouxe ao mundo uma realidade na qual muitas, se não todas as pessoas tiveram que se readequar profissionalmente. O "home-office", hoje uma realidade que parece que vai durar muito, fez com que funcionários, empresas e mesmo cidades tivessem que se adaptar a uma nova rotina de produtividade. Na psicologia, os atendimentos online foram muito utilizados por diversos profissionais, sendo inclusive recomendados pelo Conselho Federal de Psicologia para que o distanciamento social pudesse ser respeitado.
Entretanto, nem tudo ainda pode ser feito de maneira remota. Esse, inclusive, foi um dos grandes desafios encontrados por nós, profissionais de neuromodulação, durante esse período. Como aliar a continuidade do trabalho junto às demandas de nossos clientes com o momento de distanciamento social sendo que utilizamos equipamentos de medição de parâmetros fisiológicos em tempo real? Em outras palavras: como aplicar a neuromodulação sem a presença física do cliente?
A resposta para isso é a mais óbvia: sem os equipamentos que possuímos na clínica, não é possível realizar os treinamentos com neuromodulação. A única possibilidade para isso seria o próprio cliente possuir seus equipamentos e contar com a supervisão remota do profissional, mas isso ainda não é uma realidade viável pelo custo desses equipamentos e sistemas de apoio que o cliente deveria possuir. Desse modo, a atuação do profissional ficaria restrita ao ambiente de consultório.
Mas então como foi possível desenvolver de forma satisfatória um trabalho importante e necessário a muitos clientes durante esse período? A resposta para isso engloba 3 passos:
1. ATENÇÃO ÀS PRIORIDADES
Receber dezenas de clientes em nosso espaço estaria fora de cogitação dadas as restrições impostas pelas esferas de administração pública. No entanto, reduzir a carga de demandas orientando pausas no treinamento de clientes estáveis e/ou com foco em performance e direcionando a atenção principalmente aos casos clínicos ainda no início do treinamento ou encerramentos de clientes fez com que pudéssemos diminuir o número de pessoas que nos frequentavam por um período e atingir resultados importantes junto àqueles que estiveram conosco e estavam mais necessitados de acompanhamento.
2. ACOMPANHAMENTO DOS CLIENTES DISTANTES DO TREINO
Fazer contatos semanais com atualizações do nosso trabalho, espaço e condições da pandemia. Enviar materiais de áudio e vídeo para o autotreino de nossos clientes. Manter um canal de contato aberto durante os momentos de paralisação. Tudo isso foi essencial para que, mesmo sem o processo de treinamento com neuromodulação, pudéssemos acompanhar nossos clientes e fazer com que eles se sentissem acolhidos dentro da proposta de nosso trabalho e engajados para a volta e retomada dos treinos.
3. ANÁLISE, ESTUDO E APERFEIÇOAMENTO DOS PLANOS DE TREINO
Aproveitar os períodos de paralisação para estudar profundamente as avaliações e análises de nossos clientes permitiu que o plano de treinamento fosse otimizado para o retorno ao presencial. Da mesma forma, foi possível implementar novos métodos de acompanhamento e rastreio da evolução sintomática e comportamental de nossos clientes, assim como aperfeiçoar os "designs" de treino para torná-los mais proveitosos e personalizados. Isso fez com que a retomada dos treinamentos ocorresse de maneira muito mais efetiva e dinâmica, com foco total em fornecer mais eficiência, conforto e bem-estar aos nossos clientes.
Foi por meio principalmente dessas ações, dentre outras, que foi possível aliar com segurança o trabalho na clínica de neuromodulação às novas realidades impostas pela pandemia de Covid-19. Mesmo com a diminuição das sessões presenciais, foi possível agir com atenção e cuidado junto a nossos clientes, ao mesmo tempo em que protegíamos uns aos outros do vírus. O retorno então se deu de forma pautada, gradual e ainda seguindo à risca todos os protocolos de saúde estabelecidos pelo Governo do Estado e Prefeitura Municipal, tanto por parte de nossa equipe, quanto de nossos clientes.
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Texto revisado pela Neuropsicóloga Patrícia Zocchi
CRP: 06/77641
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